domingo, 18 de março de 2018

18 de março - Beata Celestina Donati


Hoje mostramos a todos, no seu esplendor pascal, o esplêndido testemunho da nova Beata Celestina Donati. A santidade é uma beleza que reflete e expande o brilho da Páscoa, uma beleza com a qual Florença se enriquece, embora já esteja visivelmente presente em sua comunidade eclesial, porque, como dizia La Pira, é "cidade teológica, cidade de beleza perfeita, pérola do mundo". E você, Igreja de Florença, lindas graças dos seus santos, desde hoje você é ainda mais bela pela santidade da Beata Celestina Donati. Devemos aprender a admirar as obras-primas da graça, como fazemos com as outras obras-primas que Florence tem, sem igual no mundo.

Maria Anna Donati, como foi chamado no século, sob a sábia direção do sacerdote Piarist Celestine Dini - mais tarde arcebispo de Siena - com quem se encontrou na igreja de São João Batista, amadureceu sua vocação, conhecendo cada vez mais a espiritualidade calazanciana. Ela se consagrou completamente ao Senhor, dedicando-se ao serviço das garotas mais pobres e com necessidade de cuidado, fundando para este fim a nova congregação de freiras, hoje conhecida como Calazancianas.

Ela sabia unir a contemplação e a ação: vivia com profunda intensidade a devoção a Jesus crucificado e era uma ardente apóstola da eterna adoração da Eucaristia. Ainda hoje, aqui em Florença, na igreja de San Julián, a adoração perpétua da Eucaristia que ela iniciou continua. Com efeito, ela queria que suas filhas "acampassem sob o Tabernáculo".

Dedicada inteiramente ao serviço das meninas e das mulheres jovens, especialmente a favor das mais pobres - como, por exemplo, as filhas dos detidos nas prisões -, tornou-se uma mãe atenciosa e uma educadora experiente. Em seu trabalho pedagógico, ela foi impulsionada por um amor intensamente maternal, impregnado de humildade, delicadeza e ternura. Ela sempre contava a suas filhas: "Veneremos a infância de Jesus nas meninas".

Cardeal José Saraiva Martins – Homilia de Beatificação – 30 de março de 2008

Maria Ana Donati, última de seis filhos, nasceu em 1848 em São Lourenço de Marradi, província de Florença, onde seu pai era funcionário do grão-ducado. E como sua profissão de juiz o obrigava a contínuos deslocamentos, a família o segue a Cortona e a Siena, até firmar-se definitivamente em Florença no fim de sua carreira.

Maria Ana cresce particularmente devota, extraordinariamente madura, precocemente inclinada a vida religiosa. Uma tentativa junto as Irmãs Vallombrosianas não obteve êxito. Isto reforçou no pai sua contrariedade do ingresso no convento daquela filha um pouco especial, que reza tanto e que se interessa tanto pelas necessidades dos outros.

A jovem esperou pacientemente... Até os 41 anos, sempre fiel também aos seus deveres de filha, docilmente obediente, mas determinada a seguir mais cedo ou mais tarde sua vocação, foi sustentada nesse período por seu diretor espiritual, Pe. Celestino Zini. Este sacerdote percebeu nela os germens de uma vocação autêntica e transmitiu-lhe a espiritualidade de seu fundador, São José Calazans, que se concretiza na educação da juventude.

As obras de Deus nascem de episódios muitos simples. Assim foi com Maria Ana: um dia ela se viu responsável por uma menina que a mãe queria subtrair às contínuas violências do pai. As bases da Congregação foram lançadas: Maria Ana abriu uma escola gratuita para as meninas pobres com quatro companheiras. Seguindo os ideais educativos e a espiritualidade de São José Calazans, chamou a nova congregação de mulheres que se reuniram ao redor dela de “Filhas Pobres de São José Calazans”.

Tudo era acompanhado pelo Pe. Celestino Zini e com sua aprovação. Em homenagem a ele Maria Ana tomou o nome religioso de Celestina. Madre Celestina consagrou-se totalmente ao Senhor, dedicando-se ao serviço das meninas mais pobres e necessitadas de cuidados.

A sua atenção se concentra logo nas filhas dos detentos, que além da pobreza material carregavam o peso da miséria moral, ao mesmo tempo a falta da figura paterna. Mas a obra ainda suscitava desconfiança e escândalo.

Madre Celestina empenhou-se com paciência a atrair para sua obra a benevolência dos florentinos ricos, mas os débitos foram seus fiéis companheiros até a morte... Para a filha de um juiz com uma educação rígida que não admitia dívidas, era um sofrimento contínuo este estado de coisas.

Ela ensinava às suas Irmãs: “Veneremos nas meninas a infância de Jesus” e “as crianças são o templo da Santíssima Trindade”.

Madre Celestina soube unir contemplação e ação: viveu com profunda intensidade a devoção a Jesus Crucificado e foi ardente apóstolo da adoração perpétua da Eucaristia, guiada por um amor maravilhosamente materno, em sua obra pedagógica, feito de humildade, delicadeza e ternura.

A Beata faleceu no dia 18 de março de 1925; foi beatificada no domingo, 30 de março de 2008, em Florença.








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