terça-feira, 23 de janeiro de 2018

23 de janeiro - Beata Margarida Molli

Margarida Molli, filha dos abastados Francisco e Joana Molli, nasceu no castelo de Russi, a 15 k de Ravena, no dia 8 de maio de 1442. Logo o sofrimento se apresentou em sua vida apesar da riqueza da família, porque aos três meses ficou cega devido a uma grave doença.

Muito pequena, já aos cinco anos, iniciou uma vida de penitência e de contemplação; caminhava sem calçado em qualquer tempo. Tudo indicava uma precoce inclinação à santidade. Cresceu perseverando na penitência, deixando os bens terrenos aos pobres, vivendo de esmolas, infringindo-se jejuns e asperezas, como por exemplo, dormir sobre a terra nua. Emitiu na adolescência o voto de virgindade. Devido a sua cegueira, que muito embora não a impedisse de caminhar rapidamente e sem guia, não podia aspirar ao ingresso em uma ordem religiosa, então passou a viver como monja em sua casa.

Embora vivesse afastada, a fama de sua santa vida se difundiu nos arredores e muitas pessoas procuravam-na para ouvir os seus conselhos para uma vida verdadeiramente evangélica, receber as consolações dirigidas aos aflitos, suscitando arrependimento nos pecadores.

Margarida teve o dom da profecia, como também o de operar milagres: predisse a Batalha de Ravena de 1512, o Concílio de Trento (1545-1564) e a vitória de Lepanto de 1571.
Era chamada por todos de “a Mãe, a Santa”; ela reuniu em Pieve de São Pancrácio, distante três quilômetros de sua casa, um grupo de jovenzinhas para instruí-las e educá-las cristãmente.
Em 1485, aos 43 anos, deixou Russi e se mudou para Ravena onde morou na casa de Lourenço Orioli, seu parente e devoto, continuando sua atividade em muitas obras de caridade, visitando as igrejas, recebendo e guiando muitas pessoas admiradas e atraídas pela sua heroica prática das virtudes cristãs.

Conservou uma grande serenidade de espírito e resignação, mesmo diante das calúnias daqueles que não acreditavam nela. Em união com o papa, empenhou-se na defesa da Cristandade contra os muçulmanos, e ao mesmo tempo estimulava as pessoas a rezar pela união de todos os cristãos.

Para os inúmeros fieis que recorriam a ela criou a Confraternidade do Bom Jesus que depois de sua morte, por obra de seu discípulo Jerônimo Maluselli auxiliado por outra discípula, Gentile Giusti, se tornaria a Congregação dos Padres do Bom Jesus.

Margarida morreu em Ravena no dia 23 de janeiro de 1505. Seu modesto túmulo em Santo Apolinário Novo se tornou meta de muito devotos. Como ele fora profanado durante a invasão dos franceses, seu devoto parente, Lourenço Orioli, com o consenso dos sacerdotes, transferiu o corpo levando-o sobre um asno, deixando o animal livre para ir onde desejasse. Em meio à noite o asno parou próximo à igreja de São Pancrácio de Russi, sob uma grande árvore, e ali o corpo foi enterrado à luz de uma multidão de pirilampos.

Em 1659 as suas relíquias foram unidas as da Beata Gentile Giusti na Igreja do Bom Jesus de Ravena. Após outras transladações, as relíquias das duas beatas repousam na igreja de Santo Apolinário em Russi.

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