quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

28 de dezembro - Santa Catarina Volpicelli

Testemunha do amor divino foi também Santa Catarina Volpicelli, que se esforçou por "ser de Cristo, para conduzir a Cristo" quantos teve a ventura de encontrar na Nápoles nos finais do séc. XIX, num tempo de crise espiritual e social. Também para ela o segredo foi a Eucaristia. Recomendava às suas primeiras colaboradoras que cultivassem uma intensa vida espiritual na oração e, sobretudo, o contacto vital com Jesus eucarístico. Esta é também hoje a condição para prosseguir a obra e a missão por ela iniciada e deixada em herança às "Servas do Sagrado Coração". Para serem autênticas educadoras da fé, desejosas de transmitir às novas gerações os valores da cultura cristã, é indispensável, como gostava de repetir, libertar Deus das prisões nas quais os homens o colocaram. De fato, só no Coração de Cristo a humanidade pode encontrar a sua "morada permanente".

Santa Catarina mostra às suas filhas espirituais e a todos nós, o caminho exigente de uma conversão que mude radicalmente o coração, e se transforme em ações coerentes com o Evangelho. Assim é possível lançar as bases para construir uma sociedade aberta à justiça e à solidariedade, superando aquele desequilíbrio econômico e cultural que continua a subsistir em grande parte do nosso planeta.

Papa João Paulo II – Homilia de Canonização – 26 de abril de 2009

Catarina Volpicelli, fundadora das Servas do Sagrado Coração, pertence à classe dos «apóstolos, dos pobres e marginalizados», que no século XIX para Nápoles foram um luminoso sinal da presença de Cristo «Bom Samaritano», que se aproxima de cada homem que sofre no corpo e no espírito, para derramar sobre suas feridas, o óleo da consolação e o vinho da esperança.
Nascida em Nápoles, no dia 21 de janeiro de 1839, Catarina recebeu no seio de sua família de alta burguesia, uma sólida formação humana e religiosa. No colégio educandário San Marcelino, sob a guia sábia de Margarida Salatino, aprendeu letras, línguas e música, o que não era frequente para as mulheres do seu tempo.

Guiada então pelo Espírito do Senhor, que lhe revelava o projeto de Deus através da voz dos sábios e santos diretores espirituais, Catarina renunciou com prontidão os efêmeros valores de uma vida elegante e despreocupada, para aderir com generosa decisão a uma vocação de perfeita santidade.
O encontro ocasional com o Beato Ludovico da Casoria em 19 de setembro de 1854, em «La Palma» em Nápoles, foi como afirmou a mesma Bem Aventurada: «um momento singular de graça providencial, de caridade e de predileção do S. Coração, enamorado pelas misérias de sua humilde serva». O Bem Aventurado a associou à Ordem Franciscana Secular e indicou como único objetivo de sua vida, o culto ao Sagrado Coração de Jesus, convidando-a para permanecer em meio à sociedade, na qual deveria «ser pescadora de almas».

Guiada, então pelo seu confessor, o barnabita Padre Leonardo Matera, em 28 de maio de 1859, Catarina entrou entre as Adoradoras Perpétuas de Jesus Sacramentado, saindo porém com pouco tempo, por graves motivos de saúde.
O desígnio de Deus sobre Catarina era outro, havia bem entendido o Beato Ludovico da Casoria que muitas vezes dizia: «O Coração de Jesus é a tua obra, Catarina! ».
Sob a indicação do seu Confessor, Catarina conhece o bilhete mensal do Apostolado da Oração da França, recebendo através dele noticias detalhadas da nascente associação com o diploma de Zeladora, sendo o primeiro que chegou na Itália. Em julho de 1867, Padre Ramière visita o Palácio de Largo Petrone em Nápoles, onde Catarina pensava estabelecer a sede de suas atividades apostólicas, para «fazer renascer nos corações, nas famílias e na sociedade o amor por Jesus Cristo».

O Apostolado da Oração será o ponto central da espiritualidade de Catarina, que a impulsionará a cultivar o seu ardente amor pela Eucaristia, através do qual será instrumento de Ação Pastoral sob as dimensões do Coração de Cristo, abrindo-se a cada homem, sempre a serviço da Igreja, dos últimos e dos sofredores.
Com as primeiras Zeladoras, no dia 1° de julho de 1874, Catarina funda o novo Instituto das Servas do Sagrado Coração, aprovado antes pelo Cardeal Arcebispo de Nápoles, o Servo de Deus, Sisto Riario Sforza, e em seguida aos 13 de junho de 1890, pelo Papa Leão XIII, que concede à nova família religiosa o «Decreto de louvor ».
Preocupada pela sorte da juventude, abriu o orfanato das «Margherite», fundou uma biblioteca circulante e instituiu a Associação das Filhas de Maria, com a sábia guia da venerável Maria Rosa Carafa Traetto.

Em breve tempo abriu outras casas: em Nápoles, no Palácio San Severo e depois na Sapienza, em Ponticelli, onde as Servas distinguiram-se na assistência às vítimas da cólera em 1884, em Minturno, em Meta di Sorrento e em Roma.
Aos 14 de maio de 1884 o novo Arcebispo de Nápoles, o Cardeal Guglielmo Sanfelice, OSB, consagrou o Santuário dedicado ao Sagrado Coração de Jesus, que a Volpicelli havia construído ao lado da Casa Madre, destinando-o particularmente à adoração reparadora pedida pelo Papa, para sustentar a Igreja, num período difícil para a liberdade religiosa e para o anúncio evangélico.

A participação de Catarina no primeiro Congresso Eucarístico Nacional, celebrado em Nápoles em 1891 (19-22 de novembro) foi um ato culminante do Apostolado da Fundadora e das Servas do Sagrado Coração. Naquela ocasião, realizou uma rica exposição de paramentos sacros destinados às igrejas necessitadas, organizou a Adoração Eucarística na Catedral e foi a animadora daquele movimento, levando muitas pessoas à confissão e «Comunhão geral ».

Catarina Volpicelli, morreu em Nápoles no dia 28 de dezembro de 1894, oferecendo a sua vida pela Igreja e o Santo Padre.

No dia 29 de abril de 2001 Sua Santidade Papa João Paulo II a proclamou Beata e a canonizou em 26 de abril de 2009.

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