segunda-feira, 29 de maio de 2017

29 de maio - Santa Úrsula Ledóchowska

"Ide ao mundo com o sorriso nos lábios. Ide semear um pouco de felicidade neste vale de lágrimas sorrindo para todos, especialmente para os tristes, para os desanimados diante da vida, para os que estão caindo sob o peso da cruz; Ide sorrindo para eles com aquele sorriso límpido que fala da bondade de Deus." 
(Madre Úrsula Ledóchowska)

Santa Úrsula nasceu no dia 17 de abril de 1865, em Losdorf, na Áustria, sendo batizada com o nome de Julia.
Seu pai, Antônio, filho de um revolucionário, foi obrigado a emigrar do seu próprio país – a Polônia. A mãe Josefina, de origem suíça, consciente das conseqüências de seu casamento com um polonês, colaborava com seu marido para educar os filhos em espírito de pertença à nação polonesa. Tinha 08 irmãos dos quais dois morreram em fama de santidade. A Bem Aventurada Maria Teresa, Fundadora da Congregação de São Pedro Claver e Vladimiro Ledochowska, Superior Geral da Companhia de Jesus.
Na família, Julia gozava de um afeto especial, sua mãe chamava-a de “Raio de Sol” e ela aceitou este nome como seu programa de vida... Queria como um raio depender continuamente do seu Sol Divino e com seu amor iluminar a vida dos outros, para conduzi-los à fonte de todo o bem, a Deus.

Em 1883 a família Ledóchowska retornou à Polônia e se estabeleceu em Lipnica Murowana, próximo à Cracóvia. Os seus numerosos contatos com o povo da localidade permitiram-lhe descobrir quais eram suas dificuldades e sofrimentos, o que lhe deu oportunidade para colocar-se a serviço dos mais necessitados.

O seu irmão Vladimiro declara: “Tinha um coração extremamente sensível e terno para com cada miséria e cada desgraça. Cercava de cuidados e preocupações especialmente os doentes e pobres; ia buscá-los em casa, providenciava remédios, prestava diversos serviços, consolava-os.”

Em 1885, seu pai e sua irmã Maria Teresa foram contagiados por uma epidemia de varíola e o conde Antônio não superou esta grave doença. Em seu leito de morte quis ser assistido por sua filha Julia que, em tal ocasião, lhe pediu a permissão de tornar-se religiosa, o que lhe foi concedido de coração. Seu irmão procurou ajudá-la convencendo a mãe em luto que suplicava para que ela ficasse ao seu lado e o pároco local que não queria perder a benéfica influencia que Julia exercitava sob a população da região.

Em 1886, Julia entrou no Convento autônomo das Ursulinas em Cracóvia. Em 1889, fez a profissão religiosa assumindo a nome de Úrsula. Em seguida inicia as atividades de educadora e professora no ginásio dirigido pelas mesmas irmãs. Em 1904, foi eleita Superiora do convento. Abriu o primeiro pensionato para as moças universitárias. Adaptou as Constituições religiosas às necessidades apostólicas recebendo aprovação da Santa Sé.

Como professora unia o profundo conhecimento da matéria com uma acessível e interessante forma de ensinar. Exercia uma profunda e duradoura influencia sobre as educandas. Não poupava esforços para aprofundar nas alunas a vida espiritual. Com as irmãs, como Superiora, era paciente e compreensiva.
Entre suas alunas, em Cracóvia, entrou em contato com muitas jovens provenientes dos territórios ocupados pela Rússia. Sentia a necessidade de abrir uma obra missionária na Rússia. Em 1907, a pedido da colônia polonesa de Petersburgo e com a bênção do Papa Pio X, Madre Úrsula vestida de leiga porque era proibida a existência de conventos, parte com algumas irmãs para Petersburgo e assume a direção do internato junto ao ginásio polonês Santa Catarina. Além das atividades de educadora e professora, empreende numerosas ações de caráter apostólico e ecumênico. Em 1908 obtém a ereção da casa de Petersburgo como convento autônomo e é nomeada Superiora.

Em Petersburgo não se desencorajou diante das numerosas dificuldades do deplorável estado financeiro do pensionato, dos educadores e professores mal dispostos para com as religiosas, da falta de conhecimento da língua russa e da necessidade de esconder a própria identidade religiosa, ao menos nos contatos oficiais.
A aproximação com as moças foi relativamente fácil. Eis o que relata uma delas: “Rebeldes esperávamos na grande sala, segundo o que nos foi dito, a nossa nova e severa educadora. Entretanto, entrou uma pessoa serena e querida, passou sobre nós um olhar bondoso e disse com sorriso: “Então, daqui em diante seremos uma família”. Viemos para perto dela. Rompeu-se o gelo.”

Também o corpo docente foi conquistado e algumas das professoras, entre elas a responsável do pensionato, aumentaram a comunidade das irmãs, naturalmente no maior segredo.
Madre Úrsula com toda a energia põe-se a trabalhar. Toma nas mãos a administração do internato e introduz as mudanças necessárias. Dedica, porém a maior parte do seu tempo para as jovens. Faz surgir uma capela dentro do internato. Funda o Sodalício Mariano, organiza retiros estimulando nas educandas a necessidade de Deus.
Em 1910 abre na Finlândia, em Merentähti uma escola com pensionato para as jovens polonesas. Merentähti se torna o centro de ajuda e de atividade religiosa também para a população local na maior parte pobres pescadores. Aprende a língua finlandesa para traduzir o catecismo e os cantos religiosos. Traz de Petersburgo, uma enfermeira para cuidar dos doentes. As autoridades russas percebem a atuação da Madre e iniciam uma seqüência de interrogações e perseguições. Em 1914, com o estouro da Primeira Guerra Mundial, é expulsa definitivamente do território russo e da Finlândia.

Madre Úrsula refugia-se na Suécia. Insere-se, com entusiasmo e com novas iniciativas na vida do ambiente local e nas atividades da Igreja católica. 

Reúne as Senhoras para colocações religiosas e retiros espirituais... Funda o Sodalício Mariano... Publica uma revista mensal com o título “Centelhas de Sol”. Única revista católica, ainda hoje, na Suécia.
Inicia ainda outras obras importantes: Organiza na Dinamarca (Djursholm, 1915 e Aalborg 1918) a casa para os órfãos dos operários poloneses que vinham aos países escandinavos para trabalhar periodicamente e por causa da guerra ficaram separados do próprio país. Funda também uma escola de economia doméstica para as jovens.

Com o fim da Primeira Guerra Mundial e consciente das conseqüências da mesma, se abre diante de Madre Úrsula um vasto campo apostólico. Em 1920 retorna à Polônia com um grupo de irmãs e de crianças órfãs. A comunidade se estabelece em Pniewy. Madre Úrsula obtém a permissão da Santa Sé para transformar a casa autônoma de Petersburgo em Congregação das Irmãs Ursulinas do Coração de Jesus Agonizante.
A Congregação participa com dinamismo da vida do país em reconstrução. Dá-se um rápido desenvolvimento às obras e as comunidades. Entre os anos 1920 - 1939 foram fundadas 35 casas na Polônia, Itália e França. O número de irmãs chega a 800.
Abraça com a própria atividade as necessidades sociais e religiosas: Abre Institutos de educação, escolas com pensionatos para as jovens, creches, organiza a catequese, Congregação Mariana, edição de um periódico religioso, etc.
Madre Úrsula morreu em Roma, no dia 29 de maio de 1939 na casa geral da Congregação. Seu corpo foi sepultado no cemitério de Verano. Em 22 de abril de 1959, foi realizada uma exumação e o corpo intacto foi transferido para a casa geral. Em 1989 foi realizada uma segunda exumação e o corpo foi transladado para a Polônia, em Pniewy, atraindo um grande número de peregrinos.
No dia 20 de junho de 1983, foi Beatificada pelo Papa João Paulo II, em Poznan, na Polônia.



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