sexta-feira, 12 de maio de 2017

12 de maio - Beato Guilherme Tirry (Agostiniano)

O sacerdote agostiniano Guilherme Terry deu sua vida pela fé Católica quando os reformadores protestantes tentaram impor sua religião ao povo irlandês. Traído por cinco moedas de prata, ele próprio foi acusado de traição à pátria e condenado à pena de morte por enforcamento.

A história do nosso beato é a história do pastor que permanece em seu posto quando ele poderia ter fugido, sabendo que ele estava colocando sua vida em perigo.

"Minha alma, louva ao Senhor".

E como podemos deixar de cantar os louvores dos dezessete mártires irlandeses que estão sendo beatificados hoje? Todos foram fiéis testemunhas que permaneceram firmes em sua lealdade a Cristo e sua Igreja ao ponto de extrema dificuldade e do sacrifício final de suas vidas.

Todos os setores do povo de Deus estão representados entre os dezessete Servos de Deus: Bispos, sacerdotes seculares e religiosos, um irmão religioso e seis leigos.

Nós os admiramos por sua coragem pessoal. Agradecemos-lhes o exemplo da sua fidelidade em circunstâncias difíceis, uma fidelidade que é mais do que um exemplo: é uma herança do povo irlandês e uma responsabilidade a ser vivida em todas as épocas.

Numa hora decisiva, um povo inteiro escolheu firmar firmemente por sua aliança com Deus: "Todas as palavras que o Senhor tem dito faremos". A turbulência religiosa e política através da qual estas testemunhas viviam foi marcada por uma grave intolerância de todos os lados. Sua vitória estava precisamente em ir à morte sem ódio em seus corações. Eles viveram e morreram por amor. Muitos deles publicamente perdoaram todos aqueles que contribuíram de alguma forma para o seu martírio.

O significado dos Mártires para hoje reside no fato de que seu testemunho quebra a reivindicação vã de viver a própria vida ou de construir um modelo de sociedade sem uma visão integral de nosso destino humano, sem referência a nosso chamado eterno, sem transcendência. Os Mártires exortam gerações sucessivas de homens e mulheres irlandeses: "Combatam o bom combate da fé; Apoderem-se da vida eterna à qual vocês foram chamados... Guarda o mandamento sem mancha e livre de opróbrio até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo”.

Papa João Paulo II – Trecho da homilia de beatificação de 17 Mártires Irlandeses – 27 de setembro de 1992


Guilherme Tirry nasceu na cidade de Cork, na Irlanda, em 1608. Ele pertencia à uma família distinta e tinha um tio - por parte de pai - que era bispo.

Ele entrou para os Agostinianos em sua cidade natal. Depois de ter ingressado na Ordem, ele estudou em Valladolid (Espanha), Paris (França) e Bruxelas (Bélgica). Estudou fora da Irlanda porque, naquela época, os que se preparavam para o sacerdócio tinham sair do país para poder cursar os estudos necessários.

Depois de ordenado sacerdote ele retornou à Irlanda. Poucos anos depois começaram as hostilidades contra a Igreja e seus membros. Mesmo assim, Guilherme foi muito ativo em vários ministérios, entre eles o de capelão de seu tio bispo.
Em 1646 Guilherme Tirry foi nomeado assistente do Prior Provincial e em 15 de junho de 1649 foi nomeado prior do convento no vilarejo de Skreen sem, contudo, ser capaz de viver lá por causa das tropas de Cromwell.

Depois da chegada de Cromwell à Irlanda, intensificou-se uma forte perseguição à Igreja e o padre frei Guilherme não pode mais manter em aberto seu ministério. Em 1650 os padres começaram a ser expulsos da Irlanda e Guilherme Tirry tornou-se um homem perseguido. Ele trabalhou como professor particular de uma família ao mesmo tempo em que exercia ocultamente seu ministério sacerdotal.

Ele foi eventualmente traído por cinco moedas de prata. Os soldados o encontraram vestido para presidir a missa. Eles encontraram, também, alguns escritos em defesa da fé católica. O fato de ele ter sido descoberto vestido de sacerdote fez com que ele fosse duplamente culpado. Além do mais, uma busca em seu quarto descobriu um manuscrito que ele tinha escrito referente a erros doutrinais do Protestantismo.

Guilherme Tirry foi preso em Fethard no Sábado Santo, dia 25 de março de 1654 justamente quando ele estava prestes a celebrar a Vigília Pascal. Foi acusado de traição à pátria em virtude de uma lei publicada no dia 6 de janeiro de 1653 que proibia os sacerdotes de permanecerem no país.

Quando levado a julgamento ele afirmou seu reconhecimento da autoridade do governo nos assuntos civis, mas insistiu que nas coisas relacionadas à religião ele obedeceria somente seus superiores e o Papa. Em sua defesa, ele afirmou que tinha que seguir sua consciência e por isso havia decidido ficar no país.

Sua vida de oração e mortificação foi fonte de edificação para outros padres que estavam presos com ele.
Quando parecia que o júri estava inclinado a julgar a seu favor, a influência dos inimigos prevaleceu e ele foi condenado à morte por enforcamento.

Guilherme foi levado para a forca acorrentado, vestindo o hábito Agostiniano e rezando o terço. Publicamente reafirmou sua fé. Uma grande multidão se juntou para receber sua benção. Era o dia 12 de maio de 1654.

Ele disse palavras de encorajamento ao povo presente, exortando-o a permanecer fiel à fé católica e ao Papa. Sua fé o levou a ir mais adiante em sua caridade: perdoou as três pessoas que o traíram em troca de dinheiro.

Testemunhas afirmam que até os Protestantes estavam profundamente comovidos por sua morte. A impressão que a morte de Guilherme causou nos Católicos e Protestantes e as graças obtidas por meio de sua intercessão rapidamente fizeram com que sua reputação de mártir se difundisse.

Mais tarde alguns amigos levaram seu corpo e o enterraram nas ruínas do convento Agostiniano de Fethard. Seu túmulo, no entanto, nunca foi descoberto.

O caso de Guilherme Tirry é um dos mais bem documentados dentre os 17 mártires irlandeses que foram beatificados pelo Papa João Paulo II no dia 27 de setembro de 1992.


Oração

Deus onipotente e misericordioso, destes ao beato Guilherme Tirry superar o martírio. Concedei que, celebrando o dia de seu triunfo, passemos invictos por entre as ciladas do inimigo, graças à vossa proteção. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

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