quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

15 de fevereiro - Beato Miguel Sopocko

“De maneira especial saúdo hoje os participantes da beatificação que hoje se realiza na Polônia, em Bialystok, do Servo de Deus Padre Miguel Sopocko, confessor e diretor espiritual de Santa Faustina Kowalska. Por sugestão dele, no seu conhecido “Diário” ela descreveu as suas experiências místicas e as aparições de Jesus Misericordioso. Também graças aos empenhos dele foi pintada e apresentada ao mundo a conhecida imagem com a legenda: “Jesus, eu confio em Vós”. O Servo de Deus deu-se a conhecer como zeloso sacerdote, professor e educador, promotor do culto da Divina misericórdia. Associo-me à alegria das arquidioceses de Bialystok e de Vilna e de todos fiéis no mundo a quem é próxima a mensagem de Jesus Misericordioso. 
Com essa beatificação certamente se alegra, na casa do Pai, o meu amado predecessor, o Servo de Deus João Paulo II. Foi ele que confiou o mundo à Divina misericórdia. Por isso repito o seu voto: Que Deus rico em misericórdia abençoe a Vós todos”.
Papa Bento XVI – Angelus – 28 de setembro de 2008

“Quando perguntamos em que podemos imitar o novo Beato, a resposta vem sozinha: em confiar em Cristo sem reserva – nas dificuldades e alegrias, no sucesso e no fracasso. Podem acolhê-lo como padroeiro os confessores, os capelães militares, os professores, os estudantes e os simples fiéis, especialmente aqueles que lutam contra as adversidades. Para todos se aplicam as palavras que frequentemente ele repetia: Jesus eu confio em Vós (…)”.
Arcebispo Edward Ozorowski, Metropolitano de Białystok

O Padre Miguel Sopoćko, nascido em 1° de novembro de 1888 na região de Wilno (Vilnius), foi ordenado sacerdote em 1914. Trabalhou como vigário em Taboryszkach, depois como capelão do exército polonês em Varsóvia e Vilnius. Durante cinco anos, atuou como diretor espiritual no seminário de Vilnius. Ao obter seu doutorado em teologia moral, em 1926, permaneceu sendo diretor espiritual do seminário de Vilnius. Obteve livre docência, em 1934, na Universidade de Varsóvia. Trabalhou como professor de teologia na Faculdade de Teologia da Pastoral Stefan Batory da Universidade de Vilnius e no Seminário Maior em Białystok.

Desde 1932 o pe. Sopocko era confessor das irmãs da Congregação de Nossa Senhora da Misericórdia, que então tinham em Vilna (Vilnius, Lituânia) a sua casa religiosa. Lá, em 1933, encontra a irmã Faustina Kowalska, que, após a sua vinda a Vilna em 1933, torna-se sua penitente. Esse encontro seria muito significativo para toda a sua vida subsequente e para a sua futura missão.
Na pessoa da irmã Faustina ele encontrou uma devota da Divina misericórdia, cujas graças ele mesmo muitas vezes alcançou na vida e pelo que bendizia a Deus. Tendo encontrado no pe. Sopocko um confessor e diretor espiritual culto, começou a apresentar-lhe cada vez mais detalhadamente as suas vivências e visões relacionadas com as revelações do Misericordioso Salvador. Ele ordenou que a irmã registrasse por escrito as suas experiências interiores. A seguir examinava o texto, avaliando o seu conteúdo. Assim surgiu o ”Diário” Espiritual de Santa Faustina.

Fazendo alusão a revelações do Salvador, que havia tido ainda antes da vinda a Vilna e depois em Vilna, a irmã Faustina falava ao pe. Sopocko a respeito das ordens recebidas durante essas revelações. Era a exigência de pintar uma imagem do Misericordiosíssimo Salvador e de instituir a Festa da Misericórdia no primeiro domingo depois da Páscoa, bem como a fundação de uma nova congregação religiosa. Ela dizia também que a Divina providência havia confiado a realização dessas tarefas ao pe. Sopocko.

Irmã Faustina deixou Vilna em março de 1936. Permanecendo com ela em contato epistolar, e também visitando-a em Cracóvia, o pe. Sopocko ia realizando a obra, confiada também a ele, de apresentar ao mundo o mistério da Divina misericórdia.
Com base na doutrina da Igreja, continuou a busca de fundamentações teológicas para a existência do atributo da misericórdia em Deus, bem como bases para a instituição da festa ordenada nas revelações. Os resultados das suas pesquisas e argumentações em favor da instituição da festa foram apresentados em revistas teológicas e em trabalhos especiais a respeito do ideal da Divina misericórdia.
Em junho de 1936 publicou em Vilna a brochura “A Misericórdia Divina”, com a efígie do Cristo Misericordiosíssimo na capa. Enviou essa sua primeira publicação principalmente aos bispos reunidos na conferência do Episcopado em Czestochowa, mas de nenhum deles obteve resposta. Em 1937 publicou em Poznan uma outra brochura, intitulada “A Misericórdia Divina na liturgia”.
No final de 1937, o estado de saúde de irmã Faustina deteriorou-se significativamente.
O pe. Sopocko visitou-a no início de setembro de 1938, já quase no leito da morte. Irmã Faustina afastou-se para o Senhor no dia 5 de outubro de 1938.

Após a eclosão da guerra, em setembro de 1939, o pe. Sopocko decidiu não ocultar por mais tempo a questão das revelações de irmã Faustina, visto que, no seu entender, a tragédia da guerra e os acontecimentos com ela relacionados começaram a confirmar as mensagens das revelações.

Foi o fundador da Congregação das Irmãs de Jesus Misericordioso (1941). Em 1942, teve que sair de Vilnius devido à repressão do exército alemão. Até o ano de 1944 permaneceu exercendo o sacerdócio, na clandestinidade, em Czarnym Borze (agora uma pequena cidade perto de Vilnius). Antes da guerra e depois da guerra atuou na pastoral da sobriedade.

Faleceu em 15 de fevereiro de 1975 em Białystok. Seus restos mortais se encontram na Igreja da Divina Misericórdia em Białystok (no distrito de Białostoczek). O processo de beatificação aconteceu no âmbito diocesano e foi concluída em 29 de Setembro de 1993. O Postulador do processo foi o padre Monsenhor Krzysztof Nitkiewicz.

Em 2004, o Papa João Paulo II anunciou um decreto sobre as virtudes heroicas do Padre Miguel Sopoćko. No dia 17 de dezembro de 2007, o Papa Bento XVI declarou o milagre alcançado por sua intercessão. Sua solene beatificação teve lugar no domingo, 28 de setembro de 2008, no Santuário da Divina Misericórdia , presidida pelo Arcebispo Angelo Amato. 

“É um sacerdote segundo o Meu Coração. (...) Por ele agradou-Me divulgar a honra à Minha misericórdia” (Diário 1256).

“Pelos seus esforços uma nova luz brilhará na Igreja de Deus para o consolo das almas” (Diário 1390).

“Aos pés de Jesus, estava o meu confessor, e, atrás dele, um grande número de altos dignitários, cujas vestes nunca tinha visto, a não ser nesta visão. E, atrás deles, havia membros da vida consagrada; mais além vi grandes multidões de pessoas, que a minha vista não podia abarcar. Vi saindo da Hóstia esses dois raios tal como na Imagem, que se uniram estreitamente, mas não se misturaram, e passaram às mãos do meu confessor, e, depois, às mãos desses religiosos, e de suas mãos passaram às pessoas e voltaram à Hóstia... e, nesse momento, me vi na cela, como se mal tivesse acabado de entrar...” (Diário, 344).



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