domingo, 5 de fevereiro de 2017

05 de fevereiro - Beata Isabella Canori Mora

Hoje queremos venerar de modo especial àqueles que tomaram parte na morte de Cristo e sua ressurreição. Eles ofereceram a Cristo suas vidas, e suas vidas lhes foram devolvidas por Cristo através de sua ressurreição. O solene rito de beatificação de Isidoro Bakanja, Gianna Beretta Molla e Isabella Canori Mora tem em particular a eloquência de uma fé heroica e solicitude heroica. A fé heroica testemunha a verdade que é Cristo. A solicitude faz heroico testemunho ao amor que não se coíbe de qualquer sacrifício. Este é o amor com que Cristo nos amou.

Isabella Canori Mora, por sua vez, no meio de muitas dificuldades conjugais demonstrou  um compromisso total com a fidelidade feita pelo sacramento do matrimonio e as responsabilidades dela decorrentes. Constante na oração e dedicação heroica para a família, ela foi capaz de dar-lhes filhas cristãs e obteve a conversão de seu marido.

Apontando para as duas mulheres como modelos de perfeição cristã, queremos prestar homenagem a todas as mães corajosas, que se dedicam a sua própria família, sem reservas, que sofrem ao dar à luz a seus filhos, e estão prontas para fazer qualquer esforço, para enfrentar qualquer sacrificar, para transmitir-lhes o melhor que guardam em si mesmas.
A maternidade pode ser uma fonte de alegria, mas pode tornar-se ainda uma fonte de sofrimento, e às vezes grandes decepções. Mais uma vez, o amor se torna um teste, muitas vezes heroico, que custa tanto para o coração de uma mãe. Hoje veneramos não só essas duas mulheres notáveis, mas também aquelas que não poupam esforços para educar seus filhos.
Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 24 de abril de 1994

Pense por um minuto nas pessoas que vivem ao teu redor. Poderia chamar algum deles de santo? Houve um bairro na Itália onde efetivamente uma santa vivia na casa contígua. A beata Isabella Canori Mora que levou sua vida de mãe e esposa à plena conformação com Cristo no cotidiano e na adversidade de ter um marido que a maltratava.
Nasceu em Roma em 21 de novembro de 1774. Filha de Tommaso e Teresa Primoli, no seio de uma família de posição acomodada, profundamente cristã e diligente na educação de seus filhos.
Estudou com as Irmãs Agostinianas de Cascia (1785-88), onde se destacou por sua inteligência, uma profunda vida interior e seu espírito de penitência. De volta a Roma, teve uma vida tranquila até que em 1796 - quando tinha 21 anos - se casou com o jovem advogado romano Cristóforo Mora.

Para ela, o matrimônio foi uma decisão refletida, madura, mas depois de alguns meses, a fragilidade psicológica de Cristóforo comprometeu a serenidade da família. Transformou uma mulher de mal viver em sua amante e a medida em que passava o tempo, humilhou e abusou de sua esposa de diferentes formas, não exerceu mais a advocacia, e gastou tanto dinheiro em suas aventuras que terminou levando a sua esposa e filhas à extrema pobreza e uma crescente dívida.

À violência física e psicológica de seu esposo, Isabella respondeu sempre com a absoluta fidelidade. Nunca pôs desculpas, conveniências ou interesses para justificar um abandono de seu lar, para ela só primava o código de fidelidade de amor de rendição total.
Isabella tratou seu marido com paciência gentil, oferecendo penitências e orações por sua conversão. Nunca pensou em separar-se dele, apesar dos conselhos de familiares e amigos. Em vez disto, sempre amou, apoiou e perdoou a seu esposo esperando sua conversão.
Em 1801 sofreu uma misteriosa doença que a deixou à beira da morte. Curou-se de forma inexplicável e teve sua primeira experiência mística.
Esta é uma vidente italiana das tribulações dos últimos tempos da Igreja, que foi favorecida com os dons da visão e da profecia.
O Senhor a fez alcançar a maturidade para receber as visões e as ilustrações sobre o destino da Igreja. Recebeu em forma clara os estigmas da paixão de Cristo, e em suas visões viu tremendas batalhas que terá que sustentar a Igreja nos últimos tempos sob o poder das trevas.

Teve quatro filhos, mas os dois primeiros morreram poucos dias depois de nascer. Com o abandono do marido, foi forçada a viver trabalhando com suas próprias mãos para seguir ao cuidado de suas filhas Marianna e Luciana. Dedicou muito tempo à oração, aos pobres e aos doentes.
Seu lar logo converteu-se em um ponto de referência para muita gente em busca de ajuda material e espiritual. Dedicou-se especialmente a cuidar das famílias em necessidade. Para ela, a família implicava dar um espaço a cada pessoa, um lugar que dê frutos de vida, fé, solidariedade e responsabilidade.
A família, para ela, era o templo em que recebia ao "amado Senhor, Jesus de Nazaré" e a todos os que se dirigiam a ela. Através da autonegação, Isabella oferecia sua vida pela paz e a santidade da Igreja, a conversão de seu marido e a salvação dos pecadores.
Em 1807 Isabella uniu-se à Ordem terciária Trinitária. Respondeu com dedicação à vocação ao matrimônio e a consagração secular. Suas admiráveis virtudes humanas e cristãs assim como a fama de sua santidade difundiram-se através de Roma, Albano e Marino, onde ganhou fama de santidade.

Em 5 de fevereiro de 1825, enquanto era assistida por suas duas filhas, Isabella faleceu. Foi enterrada em Roma na igreja Trinitária de São Carlino alle Quattro Fontane. Pouco depois de sua morte, como ela mesma predisse, seu marido se converteu unindo-se à Ordem terciária Trinitária e depois ordenou-se sacerdote dos franciscanos conventuais. Morreu em 9 de setembro de 1845 e foi enterrado na igreja dos franciscanos conventuais de Sezze.
Foi beatificada junto com o jovem mártir Zaire Isidore Bakanja, e outra mãe italiana santa, Gianna Beretta Molla, pelo papa João Paulo II em 24 de abril de 1994, no Ano Mundial da Família.

Algumas visões de Isabella Canori
Em uma visão de 25 de março de 1816 viu:
"Aos miseráveis que cada dia com maior orgulho e desfaçatez, de palavra e de obra, com incredulidade e apostasia, vão pisoteando a santa religião e a lei divina. Servem-se de palavras da Sagrada Escritura e do Evangelho, corrompendo seu verdadeiro sentido para respaldar, assim suas perversas intenções e seus princípios destorcidos".
Em 15 de outubro de 1818 teve outra visão terrível:
"De repente, disse, lhe foi mostrado o mundo. O via todo um revolução, sem ordem nem justiça. Os sete vícios capitais (soberba, luxúria, ira, inveja, preguiça, avareza e gula) eram levados ao triunfo, e por todas as partes via-se reinar a injustiça, a fraude, a libertinagem e toda classe de iniquidades. Viu também Sacerdotes desprezando a Santa Lei de deus e como cobria o Céu de nuvens negras; levantava-se um tremendo furacão e no maior desconcerto os homens se matavam uns aos outros. Em castigo dos soberbos que com ímpia presunção tentavam demolir a Igreja desde os alicerces, permitia Deus aos poderes das trevas abandonar os abismos do inferno..."

O triunfo da Igreja
Em 1821 ouviu ao Senhor falar do triunfo da Igreja, pois esta sairia renovada daquelas tormentas, incendiada no primitivo zelo da Glória de Deus e que seria recordada universalmente pelo povos.
Virá a reforma da Igreja..."e a restauração de todas as coisas não se verificará sem um profundo transtorno de todo o mundo, de todas os povos".


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