terça-feira, 22 de novembro de 2016

Santa Cecília

Cecília era cristã, e desde pequena fez voto de castidade para viver o Amor de Deus e de Cristo. Como cristã numa época tão antiga, e em Roma, ela certamente herdou a fé dos discípulos de São Paulo, que levou a fé até Roma, e de São Pedro, o primeiro papa.
Herdou a fé desses santos homens e de tantos outros que foram martirizados exatamente em Roma. O cristianismo que Cecília recebeu em sua formação, era o cristianismo dos mártires, dos heróis da fé. Ela foi cristã numa Igreja perseguida, numa Igreja que ainda era minoritária, porém, cheia de profunda fé, esperança e coragem.


Cecília seria da "nobre família romana, filha de senador romano e cristã desde a infância".
Ela foi dada em casamento, contra a vontade,a um jovem chamado Valeriano.
Assim se marcaria o dia do casamento e tudo estava preparado para a grande cerimônia.
Durante as núpcias, enquanto ressoavam os concertos profanos, Cecília cantava no seu coração um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro esposo.
Cantava com os Anjos, interiormente: "Guardai, Senhor, sem mancha meu coração e meu corpo".

Estando a sós com o noivo, disse-lhe, Cecília com toda a amabilidade e não menos firmeza: "Valeriano, acho-me sob a proteção direta de um Anjo que me defende e guarda minha virgindade. Não queiras, portanto, fazer coisa alguma contra mim, o que provocaria a ira de Deus contra ti". 

Valeriano,ficou "vivamente impressionado" com as declarações da noiva, respeitou-lhe a virgindade, converteu-se e recebeu o batismo naquela mesma noite.
Regressando a seu palácio, revestido da túnica branca dos neófitos, encontrou sua esposa em oração, e ao lado dela, o Anjo Custódio, tendo nas mãos duas coroas de rosas e lírios.
Colocou uma sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano.

Valeriano relatou ao irmão Tibúrcio o que tinha se passado e conseguiu que também ele se tornasse cristão.
Convertido e batizado, passou ele, assim como Cecília e Valeriano, a ver continuamente os Anjos e a conversar com eles!

Turcius Almachius, prefeito de Roma, "teve conhecimento da conversão do dois irmãos. Citou-os perante o tribunal e exigiu peremptoriamente que abandonassem, sob pena de morte, a religião que tinham abraçado. Diante da recusa formal, foram condenados à morte e decapitados".

Almachius, deu ordem para que Cecília fosse trancada na instalação balneária do seu próprio palacete e asfixiada pelos vapores d'água. Cecília teria sido então protegida milagrosamente, e embora a temperatura tivesse sido elevada a ponto de tornar-se intolerável, ela nada sofreu". Segundo outros mitos, a Santa "foi metida em um banho de água fervente do qual teria saído ilesa".

Almachius recorreu então à pena capital." Três golpes vibrou o algoz sem conseguir separar a cabeça do tronco. Cecília, mortalmente ferida, caiu por terra e ficou três dias nesta posição. Aos cristãos que a vinham visitar dava bons e caridosos conselhos. Ao Papa entregara todos os bens, com o pedido de distribuí-los entre os pobres. Outro pedido fora o de transformar a sua casa em igreja, o que se fez logo depois de sua morte". Foi enterrada na Catacumba de São Calisto, era por volta do ano 176.

O corpo de Santa Cecília ficou muito tempo escondido, sem que lhe soubessem o jazigo.
Uma aparição da Santa ao Papa Pascoal I (817-824) trouxe luz sobre este ponto. Achou-se o caixão de cipreste que guardava as relíquias. O corpo, foi "encontrado intacto e na mesma posição em que tinha sido enterrado". O esquife foi "achado em um ataúde de mármore e depositado no altar de Santa Cecília". Ao lado da Santa acharam seu repouso os corpos de Valeriano, Tibúrcio e Máximo.

Em 1599, por ordem do Cardeal Sfondrati, foi aberto o túmulo de Santa Cecília e o corpo encontrado ainda na mesma posição descrita pelo papa Pascoal. O escultor Stefano Maderno que assim o viu, reproduziu em finíssimo mármore, em tamanho natural, a sua imagem.

A posição em que estava ao morrer: os braços estendidos, os três dedos simbolicamente dispostos, indicando seu ato de fé na Santíssima Trindade, o rosto voltado para a terra.

Desde o século XV, Santa Cecília é considerada padroeira da música sacra. 

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