sábado, 25 de junho de 2016

São Guilherme de Verceli


Como São Francisco, Guilherme também veio de uma família nobre, nasceu em torno de 1085. 
Guilherme era acima de tudo um peregrino incansável, sempre na estrada, num momento em que nada era mais natural do que fazer viagens longas e cansativas de devoção ou penitência. A marcha de Guilherme começou muito cedo, com a idade de quatorze anos, vestido apenas com um manto humilde e pés descalços, em sua viagem a Santiago de Compostela, Espanha. Esta primeira peregrinação penitencial não durou menos de cinco anos, depois de meditar e falar com Deus com todos os homens que conhecia.

Sua vida diária foi marcada pela humildade e renúncia da carne para a ascese espiritual. Foi alimentado apenas de pão e água e raramente comeu um alimento mais saboroso como legumes temperados com vinagre sem óleo.

Estritamente com os pés descalços, levava no tórax e abdome duas argolas de ferro que tinham sido pregadas por um serralheiro para melhor mortificar a carne. Dia e noite ele passava em oração, e muitas vezes algumas horas de descanso foram passados ​​ao ar livre, no chão. Depois de voltar da Espanha, cada vez mais impulsionado pelo fervor religioso, Guilherme viajou pela Itália, parando em cada cidade e em cada lugar onde havia santos e igrejas famosas para serem venerados. Estava disposto a chegar a Jerusalém, a Terra Santa e o santuário espanhol constituiu, de fato, o chamado para grandes peregrinações; o peregrino que em vida havia sido distinguido por ter feito pelo menos uma dessas duas peregrinações poderia ter certeza de que no dia do juízo final não apareceria  nu como todos os outros mortais.

Um acidente fortuito desviou no último momento este propósito e sua vida. Quando chegou a um ponto da viagem, em Taranto, Guilherme foi atacado por ladrões, que, decepcionados com os poucos bens que ele levava, o surraram violentamente. Ele viu neste caso um sinal da providência divina, e desistiu de ir para a Terra Santa. Para confirmar isso, durante o período de convalescença, ele encontrou-se com João de Matera, hoje santo, que lhe disse, profeticamente, que Deus não desejava apenas isso dele e que Guilherme, para o bem de muitos deveria permanecer na Itália. Suas últimas incertezas desapareceram alguns dias depois, quando o próprio Senhor lhe apareceu em uma visão prevendo a fundação de uma Congregação. Finalmente virando as costas para o mar, Gilherme tornou-se um eremita e começou a viajar no sul da Itália em busca de um local adequado para a sua vida solitária e meditativa.

Encontrou a solidão na região próxima de Avellino, na montanha de Montevergine. Era uma terra habitada apenas por animais selvagens, onde, segundo a tradição, um lobo teria matado o burro que lhe servia de transporte. Guilherme, então, teria domesticado toda a matilha, que passou a prestar-lhe todo tipo de auxílio.

Vivia como eremita, dedicando-se à oração e à penitência, mas isso durou pouco tempo. Logo começou a ser procurado por outros eremitas, religiosos e fiéis. Acabou fundando, em 1128, um mosteiro masculino, o qual colocou sob as regras beneditinas e dedicou a Maria, ficando conhecido como o Mosteiro de Montevergine.

Dele Guilherme se tornou o abade, todavia por pouco tempo, pois transmitiu o cargo para um monge sucessor e continuou peregrinando. Entretanto tal procedimento se tornou a rotina de sua vida monástica. Guilherme acabou fundando um outro mosteiro beneditino, dedicado a Maria, em Monte Cognato. Mais uma vez se encontrou na posição de abade e novamente transmitiu o posto ao monge que elegeu para ser seu sucessor.

Desejando imensamente a solidão, foi para a planície de Goleto, não muito distante dali, onde, por um ano inteiro, viveu dentro do buraco de uma árvore gigantesca. E eis que tornou a ser descoberto e mais outra comunidade se formou ao seu redor. Dessa vez teve de fundar um mosteiro "duplo", ou seja, masculino e feminino. Contudo criou duas unidades distintas, cada uma com sua sede e igreja própria.

E foi assim que muitíssimos mosteiros nasceram em Irpínia e em Puglia. Desse modo, ele, que desejava apenas ser um monge peregrino na Terra Santa, fundou a Congregação Beneditina de Montevergine, que floresceu por muitos séculos. Somente em 1879 ela se fundiu à Congregação de Montecassino.

Guilherme morreu no dia 25 de junho de 1142, no mosteiro de Goleto. Em 1942, o papa Pio XII canonizou-o e declarou são Guilherme de Vercelli Padroeiro principal da Irpínia.


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