sábado, 5 de setembro de 2015

Beata Maria Madalena da Paixão

Maria Madalena da Paixão nasceu na província de Nápoles, Itália, a 5 de setembro de 1845. Foi batizada com o nome de Constança. Sua mãe, muito piedosa, a consagrou à Virgem das Dores. Com 4 anos começou a frequentar a escola, onde se relacionou com meninas pobres, experiência que deixou uma marca profunda em seu coração.
Em 1850 as Filhas da Caridade se estabeleceram em Castellammare para dar assistência aos doentes do Hospital São Leonardo; em seguida abriram um orfanato e um internato para meninas de boa conduta. Constança foi admitida nesse internato e começou a respirar um clima de oração e de dedicação que acendeu nela o desejo de se consagrar ao Senhor. Fez a Primeira Comunhão e, na idade de 10 anos, recebeu o Sacramento da Confirmação.

Por motivos de saúde, teve que voltar para sua família e prosseguiu os estudos em casa, começando a cultivar com assiduidade a oração. Entrou no Conservatório das Teresianas de Vico Equense, contudo, sempre devido à saúde delicada, teve que regressar a casa. Depois que se restabeleceu, desejava entrar num convento de clausura, mas os pais se opuseram. Para a consolar, o confessor concedeu-lhe a comunhão quotidiana e, aos 15 anos, permitiu que se consagrasse ao Senhor com os três votos perpétuos, aconselhando-a a se tornar "monja em casa".
A 8 de junho de 1867, emitiu a sua profissão entre as Terciárias dos Servos de Maria, assumindo o nome de Irmã Maria Madalena da Paixão. O Bispo de Castellammare, Mons. Francisco Xavier Petagna, lhe outorgou a direção da Pia União das Filhas de Maria e a catequese das meninas da cidade.

As várias epidemias de cólera que se abateram sobre Castellammare impeliram a jovem a fundar o Instituto das Irmãs Compassionistas.
As suas companheiras também vestiram o hábito das Terciárias Servitas, e, em 1928 o Papa Pio XI aprovou o Instituto.

As inúmeras provações físicas e espirituais que a Madre Maria Madalena teve que suportar em seu caminho à santidade contribuiram para fortalecer sua fé. Temores e tremores injustificáveis, vômitos lancinantes e inexplicáveis, abstinências prolongadas de comida e bebida, doenças misteriosas, sofrimentos inauditos, êxtases, estigmas e agressões diabólicas que requereram a intervenção do Bispo local. Nada diminuiu seu empenho na obra por ela iniciada, à qual se dedicou incansavelmente.

Morreu de pneumonia no dia 13 de dezembro de 1921. Em 19 de agosto de 1929 seu corpo foi transladado para o Santuário do Sagrado Coração, em Scanzano. O processo de beatificação começou em 4 de abril de 1939. No dia 15 de abril de 2007, Bento XVI a beatificou na Catedral de Castellammare de Stabia, fixando sua festa litúrgica em 5 de setembro, dia de seu nascimento terreno.

A Congregação das Irmãs Compassionistas Servas de Maria, fundada pela Madre Maria Madalena da Paixão, desempenha a própria obra a favor da infância através das escolas, dos semi-internatos e das casas-família.
A semente lançada pela Madre Maria Madalena da Paixão se converteu numa grande árvore, cujos ramos se estenderam às terras que acolheram as suas raízes. Em 2007 eram 24 comunidades na Itália e 14 no Canadá, Chile, Índia, Filipinas, Indonésia e México, com 350 religiosas, 34 noviças e 35 postulantes. 

“Para a Madre Maria Madalena Starace, Jesus era verdadeiramente "o Primeiro e o Último, o Vivente", basta pensar que dedicava num só dia, por vezes oito horas, outras vezes cinco horas contínuas ao diálogo com Deus. Ela dirigia o seu Instituto ajoelhada diante do altar, falando primeiro ao Senhor da vida de cada uma das fundações e dos problemas individuais das suas filhas.
Desde os anos da infância, vivida à sombra da mãe tão devota da Virgem das Dores, foi-se radicando no coração de Constância (seu nome de Batismo), o estímulo a uma relação interior com Jesus cada vez mais forte. Quem a orientou para as necessidades de se ocupar das necessidades da juventude foi o Pastor da Diocese, animado por santo zelo, Dom Petagna, que não duvidou em lhe confiar a tarefa quer de dirigir um pequeno grupo de jovens da Piedosa União das Filhas de Maria, quer de ensinar o catecismo às crianças. O pequeno grupo cresceu, aumentaram as órfãs e também as jovens dispostas a unir-se ao apostolado realizado pela irmã Starace, até chegar à aprovação do novo Instituto das "Compassionistas" em 1871.

O seu critério fundamental apoiava-se na convicção de que o feliz êxito na assistência às pessoas idosas, na educação dos jovens, na doação de si a quantos necessitavam de ajuda e de conforto, estava ligado à santificação pessoal, à união profunda com Deus. À luz desta orientação é possível compreender o motivo da vitalidade do Instituto por ela fundado, a sua difusão nos vários continentes.”

Homilia de Beatificação
Cardeal José Saraiva Martins, 15 de abril de 2007

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